A Dieta Mediterrânica teve a sua origem nos países
banhados pelo Mar Mediterrâneo ou que por ele são influenciados. Este padrão alimentar começou a ser descrito nos
anos 50 e 60 do século XX, sobretudo à luz do que se praticava em Creta, noutras regiões da Grécia e no sul de Itália.
A palavra “dieta” deriva do termo grego “diaita” que significa estilo de vida equilibrado. A Dieta Mediterrânica é precisamente isso: um estilo de vida marcado pela diversidade e conjugado com as seguintes características:
• consumo elevado de alimentos de origem vegetal
(cereais pouco refinados, produtos hortícolas, fruta, leguminosas secas e
frescas e frutos secos e oleoginosos);
• consumo de produtos
frescos, pouco processados e locais, respeitando a sua sazonalidade;
• utilização do azeite como principal gordura para
cozinhar ou temperar alimentos;
• consumo baixo a moderado de lacticínios;
• consumo frequente de pescado e baixo e pouco
frequente de carnes vermelhas;
• consumo de água como
a bebida de eleição e baixo e moderado consumo de vinho a acompanhar as
refeições principais;
• realização de
confeções culinárias simples e com os ingredientes nas proporções certas;
• prática de atividade
física diária;
• fazer as refeições em
família ou entre amigos, promovendo a convivência entre as pessoas à mesa.
Ancel Keys foi o investigador
americano responsável pela divulgação da Dieta Mediterrânica, após realização
de um estudo em diversos países do Mediterrâneo nos anos 50 (século XX), onde
verificou que o aumento do aparecimento de doença coronária estava relacionado
com um aumento do consumo de gorduras, sobretudo de gorduras saturadas. A exceção
verificou-se na bacia do Mediterrâneo onde, apesar do consumo elevado de
gordura, o surgimento de enfartes do miocárdio era menor. Esta relação
despertou o interesse do investigador, tendo concluído que se deveria ao facto
do tipo de alimentação e, entre outros aspetos, a gordura consumida nestes países
ser o azeite.
Desde então, a Dieta Mediterrânica tem vindo a ser bastante estudada nas últimas décadas. Diversos
estudos científicos sugerem que este tipo de dieta se associa a uma maior
longevidade e diminuição de risco de desenvolvimento de diversas doenças, sendo
considerada uma das dietas mais saudáveis do mundo.
O reconhecimento, pela UNESCO, da Dieta
Mediterrânica como Património Cultural Imaterial da Humanidade, em Espanha, Marrocos, Itália, Grécia, Portugal, Chipre e
Croácia, desde 4 de dezembro de 2013, reforça, juntamente
com a evidência científica já existente, que se trata de um modelo cultural,
histórico e de saúde.
Fonte: Ebook "Dieta Mediterrânica, um padrão de alimentação saudável", Associação Portuguesa dos Nutricionistas, maio de 2014 (adaptado)
Fonte: Ebook "Dieta Mediterrânica, um padrão de alimentação saudável", Associação Portuguesa dos Nutricionistas, maio de 2014 (adaptado)
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